Conner nunca desistiu de realizar o grande sonho dos poucos anos de vida dele: se divertir junto com o irmão, que sofre de paralisia cerebral. Eles encararam o desafio de enfrentar um campeonato de triatlo para crianças.
“Se você não parar de tentar e realmente se esforçar para alcançar o
que quer e não desanimar na primeira vez que der errado você vai chegar
lá”, diz Conner.
Um conselho que ele sempre seguiu. Conner nunca desistiu de realizar o
grande sonho dos poucos anos de vida dele: se divertir junto com o
irmão, que sofre de paralisia cerebral.
Cayden tem sete anos. Quando tinha quatro meses, os pais perceberam que
algo estava errado com o bebê, que sofria várias convulsões. Ao levarem
ao médico, ouviram o diagnóstico: “Foi difícil de acreditar que era
verdade, que ele não poderia falar ou andar”,
“O médico nos disse que ele iria precisar de cuidados 24 horas por dia,
que nunca poderia viver sozinho. Nós ficamos em choque”, diz a mãe
Jenny.
“Toda mãe quando está grávida, imagina como vai ser o filho, que cor de
cabelo vai ter, se vai esportista, se vai ser intelectual. E Conner
sonhava em brincar com o irmão mais novo. Quando descobrimos que Cayden
não poderia falar ou andar foi devastador, ficamos de luto por um bom
tempo. A gente achava que Cayden nunca teria uma conexão com o irmão”,
conta Jenny.
Depois de ver o anúncio de um campeonato de triátlon para crianças,
Conner teve uma ideia: por que não competir junto com Cayden? Para isso
eles teriam que pedalar, correr e nadar juntos. Ideia maluca?
“Minha mãe disse que precisava ver se era possível, ela disse que não sabia se realmente daria certo’, explica o menino Conner.
“Eu não quis dizer não nem sim, porque não queria prometer algo que talvez não pudesse ser possível”, explica a mãe.
A família resolveu topar o desafio. E a primeira grande barreira foi
encontrar um equipamento que pudesse adaptar a bicicleta de Conner às
necessidades especiais do irmão. Com a ajuda de amigos, os pais dos
meninos encontraram este carrinho especial que pode ser encaixado na
parte de trás da bicicleta.
Os irmãos participaram da primeira competição em junho de 2011. Na
prova de natação, Conner puxou Cayden num bote inflável. Depois, pedalou
cinco quilômetros levando o carrinho com o irmão acoplado à bicicleta. E
mais um quilômetro correndo. Cayden no carrinho, e ele empurrando.
Os dois cruzaram a linha de chegada em 43 minutos e dez segundos.
Chegaram em último lugar, com sentimento de vitória. “Sem Cayden eu não
teria feito isso e ele não conseguiria fazer o que fez sem minha ajuda,
para mim nós dois vencemos”, diz Conner.
“É difícil explicar o que eu senti vendo os dois juntos. Todos os pais
adoram ver seus filhos jogando futebol, como parceiros. E essa foi a
primeira vez que a nossa família pôde fazer algo junto”, diz Jenny.
A primeira vez de muitas outras. Os meninos não pararam mais de
competir. Já foram catorze triatlos. E os equipamentos foram
aperfeiçoados.
Jenny mostra, orgulhosa, as medalhas de participação que os filhos
ganharam. “Tudo isso nos mudou para melhor, abriu os nossos olhos, isso
fez a gente perceber que está tudo bem, não há problema em ser
diferente, seja na cor da pele, ou se você está numa cadeira de rodas,
se pode falar ou não, nada disso importa, todos nós devemos ser tratados
da mesma maneira. Você só tem que entender que há diferenças”, diz
Jenny.
A história dos irmãos Long emocionou os Estados Unidos. No ano passado,
eles foram eleitos os atletas mirins do ano, por uma das revistas de
esportes mais respeitadas do mundo.
Perguntei a Conner se, em algum momento, ele não pensou em competir
sozinho para tentar ganhar. “Claro que seria super legal ganhar, em
qualquer esporte seria muito legal, mas nem sempre é isso que importa”,
diz o menino.
Conner diz que o que ele gosta é do desafio, de se divertir e de ver
sempre o irmão feliz. “Cayden sempre tem um sorriso no rosto, apesar
dele ser especial e ter muitos desafios e problemas, ele sempre está
sorrindo”, diz Conner. Também, com um irmão desse!
Fonte: Fantastico Rede Globo
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